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João Lucas Viriato Simões Lopes

Redução de jornada e salário e suspensão de contratos já dominam convenções e acordos coletivos

Com o avanço do coronavírus e o impacto da doença na atividade econômica, mais da metade das cláusulas negociadas em convenções e acordos coletivos no país já envolvem redução de jornada e salário e suspensão do contrato de trabalho.


Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (23) pela pesquisa Salariômetro, elaborada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O levantamento foi realizado de março até 17 de abril e, portanto, engloba parte do período em que teve início do distanciamento social, considerado fundamental para evitar o avanço do surto.


No período analisado pelo estudo, 1.045 cláusulas foram negociadas, sendo 188 (18%) destinadas para a redução de jornada, 187 (17,9%) pela redução de salário e 181 (17,3%) pedindo a suspensão de contratos de trabalhos.


Segundo o Ministério da Economia, até 16 de abril mais de 1,7 milhão de trabalhadores já haviam sofrido corte de jornada ou tido seus contratos de trabalho suspensos.


Conforme a pesquisa as principais clausulas em negociação em porcentagem são:


Redução de jornada - 18%

Redução de salário - 17,9%

Suspensão do contrato de trabalho - 17,3 %

Antecipação de férias coletivas -10,4%

Ajuda compensatória mensal - -10,2%

Ajuste no banco de horas -9,2 %

Teletrabalho – 6,3%

Rescisão de contrato – 4,9 %

Contrato a tempo parcial - 2,5%

Contribuição sindical - 1,3%

Acúmulo ou desvio de função- 1,1%

Licença remunerada – 0,8 %


A redução da jornada e dos salários e a suspensão do contrato de trabalho passaram a ser permitidas pelo governo como forma de evitar uma demissão em massa nesse período em que o funcionamento da economia segue afetado pelo coronavírus.


O levantamento também mostra os setores que mais têm negociado. São eles:

  • Bares, restaurantes, hotéis e similares (22% do total)

  • Transporte, armazenagem e comunicações (21,6%)

  • Comércio atacadista e varejista (12,9%)

  • Confecções, vestuário, calçados e artefatos de couro (11,8%)

  • Indústria metalúrgica (4,7%).

No recorte estadual, as negociações estão concentradas em Pernambuco (18,4%), Paraná (16,9%), São Paulo (13,7%), Rio Grande do Sul (11,8%) e Minas Gerais (9,8%).


Reajustes salariais em queda


Com a deterioração do mercado de trabalho, os reajustes salariais perderam da inflação em março. Segundo o levantamento, o reajuste médio nominal despencou 13,6%, enquanto o mediano subiu 3% No período acumulado em 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumido (INPC) avançou 3,9%.


Fonte: g1

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